Agora iremos falar sobre as agenesias dentárias (a não formação do dente). A agenesia dentária é uma das alterações dentárias mais comuns, se caracteriza pela ausência congênita de um ou mais dentes. Ocorre principalmente na dentição permanente, sendo rara na dentição decídua. Os incisivos laterais superiores e os pré-molares, depois dos terceiros molares dividem o posto de dentes mais acometidos por essa anomalia. Existem muitas controvérsias em relação à etiologia das agenesias, mas o fator etiológico mais evidente é o da hereditariedade. Grande parte das pesquisas sobre agenesias, apontam o sexo feminino como o mais afetado. A agenesia de incisivo lateral é a que mais aparece na clínica odontológica, devido ao comprometimento estético que provoca. Atualmente, existem várias formas de tratamento para esse tipo de alteração: 1. fechar o espaço da agenesia do incisivo lateral, transformando o canino em incisivo lateral através de restaurações estéticas, nesse caso poderemos deixar os dentes posteriores em uma relação de classe II completa, ou então podemos fazer extração no arco inferior mantendo uma relação molar de classe I; 2. manter ou melhorar o espaço deixado pela agenesia, para posterior reabilitação protética, que pode ser através de implantes osseointegrados, próteses fixas ou removíveis
Os pacientes com agenesia de incisivos laterais superiores, procuram tratamento ortodôntico principalmente pelo impacto significante na estética facial, portanto, o principal objetivo do tratamento ortodôntico deve ser a obtenção do melhor resultado estético possível, dentário e facial.
A manutenção ou abertura de espaço é mais indicada em pacientes: sem má oclusão e intercupidação normal dos dentes posteriores; espaços pronunciados no arco superior; má oclusão de classe III e perfil retrognata; grande diferença entre os caninos e os primeiros pré-molares. A indicação de fechamento de espaço nos casos de agenesia de incisivos laterais, depende de vários fatores que podem influenciar o profissional no plano de tratamento. Os principais fatores que favorecem o fechamento de espaço são: tendência de apinhamento superior em pacientes com perfil equilibrado e dentes com inclinações normais; caninos e pré-molares de tamanhos similares; protrusão dentoalveolar; má oclusão de classe II; apinhamento ou protrusão inferior evidente. Além disso, podemos citar algumas vantagens no fechamento de espaço, tais como: o resultado é permanente, eliminando a necessidade de implantes ou outros procedimentos protéticos; apresenta um resultado estético agradável, pois é restabelecido um contorno gengival e alveolar dentro dos padrões normais, eliminando a falta de rebordo comum em áreas edentulas; e uma favorável relação oclusal pode ser estabelecida quando existir discrepância negativa que requeira extrações no arco inferior.
Há divergências de opiniões entre os autores em relação à melhor opção de tratamento em pacientes com agenesia de incisivos laterais superiores: fechamento dos espaços ortodônticamente ou a manutenção dos espaços para futura reabilitação protética. Independente da terapia a ser escolhida, o ortodontista tem um compromisso em termos de estética, saúde periodontal e função.
A próxima pergunta que é feita, uma vez decidido por manter os espaços para futuro implante, com qual idade minha filha ou filho, estará apta a colocar o implante?
A resposta padrão quando o assunto é idade para colocação de implantes é: “um implante só pode ser instalado em um paciente que apresente desenvolvimento esqueletal completo. Nos homens, a partir dos 18 anos, e nas mulheres, a idade mínima é por volta dos 17 anos”. Essa padronização sobre a idade mínima pode nos levar a ficarmos bitolados e temerosos a enfrentar situações mais desafiadoras nas nossas clínicas, além de bloquearmos a solução de problemas mais graves, enfrentados por nossos pacientes na infância. A partir do momento em que completarem o período de crescimento ósseo facial, o que pode ser determinado por estudos de cefalometria e radiografias de mãos e punhos, crianças e/ou adolescentes estarão aptos para receber implantes. Como sabemos que esse crescimento ocorre, geralmente, até os 18 anos, acabamos por contraindicar implantes dentários abaixo dessa idade. A razão pela qual deve ser aguardada a idade óssea ideal não é o metabolismo, mas sim a possibilidade de os implantes sofrerem modificações quanto à sua posição pelo próprio crescimento do indivíduo. Mais especificamente falando, se colocarmos implantes durante o crescimento ósseo, com o passar dos anos o tecido ósseo vai crescer e o implante não. Assim, teremos o aspecto de um dente intruído, com um resultado protético bastante desagradável.
Durante o tratamento ortodôntico colocamos um pôntico (dente falso) no espaço destinado ao incisivo lateral e depois de concluído o tratamento ativo, instalamos uma contenção de Hawley com o dentinho falso até que o desenvolvimento ósseo permita a realização da instalação do implante por um profissional especialista.
Para sua visualização segue um video ilustrativo.
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