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Foto do escritorMárcio Furtado Niwa

Quando a Ortodontia não é suficiente - Cirurgias Ortognáticas


Olá, neste sábado de sol, coisa rara nestes últimos 3 meses, iremos ter uma conversa sobre cirurgias ortognáticas. Alguns pacientes possuem más oclusões as quais não é possível ser tratadas somente com o reposicionamento dentário (ortodontia). Isto ocorre quando o paciente tem algum problema de crescimento dos ossos da face, traumas ou ainda problemas na articulação temporomandiular (motivo de post anterior).

O tratamento é multidisciplinar, envolvendo diversos profissionais como os especialistas em ortodontia, cirurgia buco-maxilo-facial, anestesiologista, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo. O objetivo do tratamento vai além da oclusão dos dentes e sim a harmonia facial. Normalmente o paciente procura o ortodontista e ele pede os exames complementares e juntamente com o cirurgião buco-maxilo-facial planeja o tratamento que é apresentado ao paciente. Uma vez aprovado este planejamento inicia-se o tratamento ortodôntico prévio a cirurgia que dura por volta de 12 meses. Depois da cirurgia ainda o paciente pode ficar por mais 12 meses com o aparelho ortodôntico para a finalização das posições dentárias.

Para facilitar mais o entendimento segue uma secção de perguntas e repostas:

O que é a Cirurgia Ortognática? Cirurgia Ortognática é a cirurgia para a correção das deformidades dos maxilares(maxila e mandíbula). Objetiva levar os maxilares para uma posição que possibilite o paciente ter uma mordida(oclusão) adequada, uma face bonita(dentro dos padrões estéticos de beleza), respirando bem(via aérea ampla), com a ATM(articulação têmporo-mandibular) saudável e com saúde periodontal. A Cirurgia Ortognática é uma cirurgia estética ou funcional? As duas coisas. A Cirurgia Ortognática busca uma reabilitação global do paciente, tanto na função mastigatória, fonatória, respiratória e da ATM, quanto na estética facial. São objetivos indissociáveis. Quais são os principais objetivos da Cirurgia Ortognática? • Oclusão – posicionar os maxilares para que se tenha uma mordida adequada; • Respiração – a via aérea deve ficar ampla para o paciente respirar bem e, caso haja, a apnéia do sono deve ser corrigida; • ATM – as articulações devem ficar bem posicionadas para evitar dor e cefaléia; • Face – os maxilares devem ficar em uma posição que produza uma face considerada esteticamente bela; • Saúde Periodontal – a posição dos dentes devem ser as mais naturais possíveis para que não haja retrações de gengiva e outras doenças periodontais. Para quem está indicada a Cirurgia Ortognática?

As principais indicações são: • Prognatismo – mandíbula grande e/ou maxila pequena; • Retrognatismo – mandíbula pequena; • Assimetrias – maxilares tortos; • Atresia de maxila – mordida cruzada posterior; maxila estreita; • Disfunção da ATM; • Ronco e Apnéia Obstrutiva do Sono.

É preciso colocar aparelho ortodôntico para realizar a Cirurgia Ortognática? A Cirurgia Ortognática está indicada para os pacientes em que apenas o tratamento com aparelhos ortodônticos não é suficiente para se ter um resultado satisfatório. Isso não quer dizer que a cirurgia resolve todos os problemas sozinha. Trata-se de um tratamento que não se resume apenas ao ato cirúrgico e sim a um trabalho em conjunto entre o cirurgião, o ortodontista e outros profissionais da área de saúde, como fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, entre outros. Existe um período prévio de preparação de 18 a 24 meses, onde está incluído o tratamento com aparelho ortodôntico, fonoterapia e psicoterapia. Realizada a cirurgia, há um período de finalização em que é realizado o tratamento ortodôntico por mais 8 a 12, dependendo de cada caso.

Quais são as fases do tratamento? As fases do tratamento são 3, sendo todas elas muito importantes pra o sucesso do tratamento. 1ª. Fase – Preparo Cirúrgico Nesta fase serão realizados todos os tratamento necessários para que a cirurgia seja bem sucedida. O principal é o uso de aparelho ortodôntico fixo para alinhar os dentes e colocá-los na posição adequada para cirurgia. Pode também ser necessário o tratamento de cáries, a extração de dentes, fonoterapia e psicoterapia. 2ª. Fase – Cirurgia A segunda fase é a cirurgia propriamente dita. São necessários exames pré-operatórios, consulta com o anestesista e novos exames radiográficos.

3ª. Fase – Pós-Operatório e Finalização Ortodôntica A terceira fase consiste no "acabamento". São realizadas pequenas correções como finalização ortodôntica, restaurações nos dentes e, eventualmente, alguma cirurgia para alcançar o resultado final esperado. Como é realizada a cirurgia? A cirurgia é realizada através de cortes por dentro da boca que dão acesso aos ossos da face e maxilares. Em seguida, com uma micro-serra são realizadas osteotomias(cortes) nos ossos para que eles possam ser mobilizados e posicionados adequadamente. Através de medidas realizadas previamente, os ossos são colocados na posição adequada e, por fim, fixados com placas e parafusos de titânio (são biocompatíveis e não provocam rejeição).


É necessário ficar com a boca "amarrada" depois da cirurgia? Com os avanços tecnológicos, a grande maioria dos pacientes não fica com a boca amarrada. As mini-placas permitem uma fixação rígida dos ossos, o que dispensa o bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, a famosa e temida "boca amarrada". Quais são os possíveis riscos e complicações? Equimoses (manchas roxas na pele), edema (inchaço), pequenos hematomas podem ocorrer e normalmente resolvem em 15 dias.Dormência nos lábios, na região abaixo dos olhos e no queixo inferior é comum, podendo durar semanas, meses ou até anos. Em média a dormência desaparece entre 6 e 36 meses. Má-oclusão é a complicação mais temida, porém, felizmente é bastante rara.

Quais são os cuidados no pós-operatório? O paciente permanece 24 a 48 horas em observação hospitalar. Por ser uma cirurgia de médio porte, o paciente pode se sentir mais cansado e enfraquecido na primeira semana, porém com 15 dias normalmente retorna as suas atividades habituais.Os pontos são retirados com 10 a 15 dias. Recomenda-se alimentação líquida e pastosa, durante, aproximadamente 45 dias, pois o paciente não pode mastigar neste período.

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